sábado, 12 de março de 2011

CAPÍTULO 3


Crucius ainda estava atônito, sua mente tentava se estabilizar em meio aquele turbilhão de sentimentos e fatos que se apresentavam. Num ato instintivo tentou levantar sua espada, mas notou que suas mãos estavam completamente vazias.
-Então está é a famosa Rainha Vermelha, a espada que dizimou vários demônios nas guerras demoníacas enquanto empunhada por suas mãos – Dizia aquela mulher enquanto segurava uma espada imponente, com cerca de um metro e vinte de lâmina negra com uma listra vermelho sangue em seu centro, e um cabo de trinta centímetros também vermelho, que era protegido por um guarda mão que lembrava as asas de algum animal.
Ficando de pé, Crucius indaga: - O que queres de mim vil criatura? Se me salvou de morte certa para viver sem minha amada, melhor nem ter se dado ao trabalho. Se és mesmo um demônio e sabes de meus feitos contra os de sua raça, deveria me ver como um inimigo.
Após uma pequena risada ela diz: - Eu tenho meus motivos para ter lhe salvo a vida, mas um deles é que gostei de você, e tenho uma proposta a lhe fazer – Ela caminha até Crucius com seu longo vestido vermelho incrustado de rosas de igual cor, longas faixas negras que se ligavam até um espartilho também negro. Em seus braços mangas vermelhas com faixas negras e laços que se estendiam até uma luva preta, que deixava suas mãos brancas como a cor do mais puro leite a mostra. Seu cabelo era de um vermelho intenso que contrastava com sua face branca como pérola. Seus olhos eram cor de mel e ostentavam uma maquiagem negra, e seus lábios brilhantes e carnudos possuíam um tom de doce escarlate. Suavemente ela faz uma singela caricia em seu rosto, o fazendo sentir o deslizar daquelas unhas grandes e tingidas de rubro – Sei de todos os seus pecados, seus pesadelos e sonhos. Sei que você lutou por seu reino nas guerras demoníacas contra nós e depois recebeu o desprezo do mundo a qual protegeu.
Incomodado, se sentindo nu diante dela, ele se esforça para manter sua guarda alta: - Você não respondeu minha pergunta, Porque me salvaste?
Ela chega ao pé de seu ouvido e sussurra, o envolvendo com seu doce aroma de luxúria e volúpia: - Se quiser continuar seu percurso, a janela esta ali e prometo não me opor desta vez, mas adianto que você esta sendo esperado com pompa nas profundezas abissais. Afinal você usou esta lâmina para matar muitos de nós. Em seu caso eu não ficaria tão eufórico com esta partida.
Ela anda pela sala com seu vestido negro e escarlate como se fosse conduzida pelo vento em uma dança suave. - Diga-me o que tu mais desejas e eu posso te conceder meu doce Crucius. É uma oferta que poucos têm a oportunidade de receber.
Com determinação no olhar ele responde para a demônio: -Não confio na palavra de um demônio, além do mais, nesta vida tudo tem um preço.
-Tudo tem um preço, mas estou lhe dando a chance de negociar, e quanto a minha confiança...
Crucius observa espantado que sua espada esta novamente em suas mãos.
-Vamos meu doce Crucius, sei que você esta se sentindo culpado pela morte de sua amada, e sei que neste instante o que mais deseja no mundo é reparar este fato, não estou correta? – Um sorriso malicioso se formou no semblante daquela mulher. Crucius olhou para o corpo de Armand já sem vida, olhou para sua amada Saira caída ao chão, inerte e envolta em sangue, a tomou em seus braços docemente como uma mãe que põe o filho para ninar e deu um doce beijo em sua testa. -Eu faria qualquer coisa por ela.
A demônio desfere uma risada venenosa e cheia de luxuria e êxtase que enche todo o ambiente, e caminha até Crucius lhe estendendo a mão. -Então te levanta, pois meu preço será módico diante de tão caro desejo.
Crucius conhece os demônios, sabe que não se pode confiar em tudo o que dizem e que por mais sedutores e amistosos que possam parecer, possuem em grande parte das vezes propósitos nefastos. Ele levanta sem a ajuda da mão dela e responde fitando os olhos de sua salvadora: -Se queres minha alma então a leve, mas antes quero presenciar que cumprirá sua palavra e minha amada esterá sã e salva.
Uma nova risada é desferida com tom de deboche. -Não quero tua alma, ao menos não neste momento. Preciso de tuas habilidades, de tua força e experiência para realizar alguns trabalhos em meu nome, nada que você já não tenha feito em outrora.
- Se eu cumprir seus desígnios, minha amada ficará viva e bem?
- Certamente. Sua doce Saira voltará à vida exatamente como estava antes de perdê-la.
Com relutância, mas sem muitas opções para salvar sua amada, Crucius aperta o cabo de sua espada e diz: - Eu aceito, farei o que você pedir em nome de Saira.
Com um gesto lento de mãos, a demônio o chama e diz: -Então venha até mim, para selar o compromisso exijo um beijo – Crucius olhou aqueles lábios semi-abertos com uma cor rubra e brilhantes, tão desejáveis e luxuriosos que faziam seu sangue aquecer.
Mesmo com a voz em seu interior alertando sobre o perigo desta decisão, ele caminha lentamente até aquela figura carmesim, e desfere um beijo que aqueceu todo seu corpo. O gosto era doce como a fruta mais madura e fresca que já havia provado, e ao mesmo tempo lembrava sangue. Novamente ele foi envolto pela áurea de luxuria e devassidão que tornou rubro tudo ao seu redor.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Parte II

No doce balanço dos ventos a sensação da queda era efemera o perfume delicado do rozeiral logo abaixo começava a fluir em seus pulmões foi neste impeto em que ele ouviu aquela nota que nada lembrava a uma voz apenas a um cristal.
-Crucius... Crucius venha a mim pequena criança!
Seus olhos marejantes lhe enganavam?
A forma delicada e sinuoza de uma mulher lhe aparecia a sua frente ela seria um anjo?
Mas ele não merecia os céus e por mais que ela fosse bela havia algo de cruel em sua feição.
-Venha ! Venha!
Aquela voz delicada como cristal aquele ar majestoso começavam lentamente a tocar-lhe.
-Você vai mesmo permitir que Saira seja tocada por outro?
A risada cortou o vento como uma lamina fria aquele som transformava tudo em o mais puro e rubro céu.
Ele não via mais nada e naquele momento a energia dela o envouveu luxuria e sangue eram seu gosto poder e devasidão eram sua lenta dança.
E quando o vermelho carmesim finalmente baixou viu o corpo de Armand em seus braços seu algoz morto porem era tarde Saira estava morta. A dor a furia lhe consumiam a alma ele gritava.
A forma delicada e rubro o abraçava.
-É uma pena Crucius que me ouvira tão tardiamente agora sua preciosa está morta seguindo a trilha que era para tu seguires. Que fará agora crucius?
Ele olhava com ar de desalento.
- Quem es tu vil criatura?
Ela ria baixinho com ar de menina.
- Quem pergunta é claro que sou um demonio! Porem dizem que se um demonio como eu diser seu nome aquele a quem serves será controlada eternamente então pode me chamar pelo nome daquilo que desejas Saire a demonio dos desejos.